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Cardiopatia idiopática grave e um grave problema de coração que muda a vida dos pacientes. Eles se perguntam: sou um paciente terminal? Como sobreviver?

Pergunte ao Cardiologista:

A dúvida de hoje vem do comentário do Janderlan nesse artigo:

Boa tarde Doutor. Sou Janderlan e tenho problema cardiopatia idiopática grave e terminal mais a insuficiência cardíaca. Dia 09/03/18 fiz ecocardiograma e conclusão: Hipertrofia excêntrica do V.E, ventrículo esquerdo dilatado em grau moderado. Disfunção sistólica do Ventrículo esquerdo de grau importante. Disfunção diastólica tipo I do VE (alteração do relaxamento). Tenho hoje 45 anos.

Qual a dúvida?

O Janderlan, na verdade faz uma afirmação bastante contundente e vamos tentar esclarecer:

  • O que é cardiopatia idiopática grave?
  • Sou, realmente, um paciente terminal?
  • Como interpretar as alterações no Ecocardiograma?

Veja que o comentário gerou uma série de possibilidades e assuntos e vou tentar falar um pouco de cada um deles.

O que é Cardiopatia idiopática?

A cardiopatia idiopática é uma manifestação cardiológica importante do grupo das miocardiopatias. Já publiquei uma série de artigos onde eu trato das principais miocardiopatias:

  1. Miocardiopatia Dilatada idiopática
  2. Miocardiopatia Restritiva;
  3. Miocardiopatia Hipertrófica

A cardiopatia idiopática que o leitor trata é a primeira, a Miocardiopatia Dilatada Idiopática (sem uma causa aparente). ((NCBI))

Miocardiopatia Dilatada: Sintomas, Tratamento!

A Miocardiopatia dilatada idiopática é uma doença cardíaca que provoca uma dilatação do músculo cardíaco com posterior enfraquecimento da sua força de contração. As principais alterações são:

  • Redução da fração de ejeção do ventrículo esquerdo;
  • Hipertrofia ventricular esquerda;
  • Sintomas de insuficiência cardíaca: dispneia, falta de ar, edema nas pernas, ascite e limitação das atividades físicas.

Cardiopatia idiopática grave tem tratamento?

Sim, claro. A Cardiopatia idiopática grave tem tratamento muito semelhante à insuficiência cardíaca congestiva.

Normalmente, esses paciente costumam usar:

  • Um diurético: lasix.
  • Um diurético poupador de potássio: espironolactone.
  • Um inibidor da ECA: um daqueles terminados em “pril” (enalapril, ramipril, etc)
  • Um betabloqueador de terceira geração: carvedilol, bisoprolol ou metoprolol.
  • Um digitálico: digoxina.

Eles também usam outros medicamentos conforme alguma situações que podem co-existir.

Cardiopatia idiopática grave é terminal?

Não, normalmente, não é uma doença terminal.

Os pacientes com Cardiopatia idiopática grave recebem tratamento e conseguem levar uma vida longa (com algumas limitações). Mas conseguem produzir e trabalhar em atividades que não exijam esforços físicos.

Eu tenho um colega médico que tem Cardiopatia idiopática grave e trabalha bastante, dá plantão e tem um consultório bastante cheio; o que mostra que é possível, sim, ter uma vida bastante produtiva.

Cardiopatia idiopática grave e a depressão?

O que muitos pacientes com Cardiopatia idiopática grave tem é a associação de sua doença com a depressão.

Seja por falta de informação ou por dificuldade de entender ou ler a respeito de sua doença, muitos afundam em depressão e passam a esperar a morte todos os dias.

Cardiopatia idiopática grave: o que é mais importante?

O mais importante para o paciente com Cardiopatia idiopática grave e seguir o programa de reabilitação e manter rigoroso controle médico.

Nos seus exames, ele deve ficar atento aos principais sinais clínicos:

  • Ecocardiograma: Avaliar o andamento da Fração de Ejeção: quanto maior o número,  melhor.
  • Ecocardiograma: Avaliar a função diastólica: Grau 1 é bom, muito bom.
  • Ecocardiograma: a hipertrofia ventricular esquerda sempre irá existir e não é ela que será determinante no seu futuro.

Confie no seu médico!

Portanto, esta doença merece uma série de artigos, mas prefiro ir fazendo-os aos poucos, de acordo com os comentários e dúvidas dos leitores.

Qual é a sua dúvida?