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Síndrome de Wolff-Parkinson-White – o nome é estranho e estressa muitos pacientes. Dentre alguns problemas, ela é a principal causa de morte súbita em atletas, jogadores de futebol já tiveram parada cardíaca como sua consequência… e agora, apareceu em você! Tinha que ser em “você”? Uma doença rara mas que precisa ser muito bem entendida e tratada. Confira!

O WPW é uma condição clínica (uma arritmia cardíaca) na qual existe uma via elétrica adicional do coração.

Os pacientes que apresentam esta síndrome devem tomar alguns cuidados e estão proibidos de exercer algumas atividades. O WPW é uma condição clínica que pode levar a períodos de aumento da freqüência cardíaca (taquicardia).

A Síndrome de Wolff-Parkinson-White é uma das causas mais comuns de problemas de ritmo cardíaco acelerado em lactentes e crianças, além de ser uma das principais causas de morte súbita em atletas. (1)

O quê significa WPW? 

Estas são as iniciais dos nomes dos médicos estudiosos que reconheceram esta doença e que hoje levam o seu nome: Wolff-Parkinson-White.

O termo médico seria Síndrome de Pré-excitação ventricular, que além do WPW, há a síndrome de Lown-Ganong-Levine.

Olá, me chamo Carlos fui diagnosticado com intervalo PR curto. Meu cardio diz que este problema não e grave. Porém teria que tomar remédio. Dúvidas: PR curto e o mesmo WPW. (Carlos).

Resposta do Dr. Leonardo Alves – Cardiologista Teófilo Otoni: A presença de sintomas de palpitação e arritmias é que tornam as pré-excitações graves e perigosas. PRi curto não é o mesmo que WPW, mas é uma das pré-excitações ventriculares.

Quais as Causas da Síndrome de Wolff-Parkinson-White

Normalmente, os sinais elétricos seguem um determinado caminho através do coração. Isso ajuda o coração bater regularmente. Esse impulso elétrico segue um caminho normal, saindo do nó sinusal, passando pelo feixe AV, chegando ao nó átrio-ventricular e passando nos feixes que conduzem o impulso aos ventrículos. (2)

Em pessoas com síndrome de Wolff-Parkinson-White, há um curto circuito atípico (anômalo) e o estímulo passa diretamente do feixe AV para os feixes de His (feixes ventriculares).

Assim, os ventrículos são estimulados precocemente – uma excitação prévia ao que deveria ocorrer – por isso, a WPW também é chamada de pré-excitação ventricular; ou seja alguns dos sinais elétricos do coração que saem dos átrios chegam ao ventrículo por uma via extra. Isso pode causar um ritmo cardíaco muito rápido chamado taquicardias supraventriculares. (Veja na foto) (3)

Doenças Associadas ao Wolff-Parkinson-White:

A maioria das pessoas com síndrome de Wolff-Parkinson-White não têm quaisquer outros problemas cardíacos.  No entanto, esta condição tem sido associada com outras condições cardíacas, tais como:

  • Anomalia de Ebstein. (4)
  • Comunicação Interatrial (5) (6)
  • Miocardiopatia hipertrófica (7)

Quais os Sintomas da Síndrome de Wolff-Parkinson-White

Os Sintomas da síndrome de  Wolff-Parkinson-White são o resultado de um ritmo cardíaco acelerado.

Fui diagnosticado com WPW eu não sinto palpitação e nem taquicardia somente extrassístoles supraventricular isolada..isso e grave. (Carlos)

Resposta do Dr. Leonardo Alves – Cardiologista Teófilo Otoni: Alguns pacientes não sentem palpitações ou qualquer tipo de arritmia cardíaca. O risco do WPW é quando o paciente faz muito exercício ou atividades competitivas.

Como veremos, a ablação é o tratamento definitivo para o WPW. É o que eu faria em mim.

São os que mais frequentemente aparecem pela primeira vez em pessoas em sua adolescência ou 20s. Os sintomas mais comuns da síndrome de WPW incluem:

  • Sensação de taquicardia, batimentos irregulares e rápidos.
  • Tontura
  • Desmaio
  • Desencadeados pelo exercício (mas também em repouso).
  • Ansiedade

Os episódios de taquicardia podem começar rápida e subitamente, podendo durar segundos ou várias horas. Esses episódios acontecem muitas vezes durante o exercício, mas também podem ocorrer com o paciente em repouso. A cafeína ou outros estimulantes e álcool pode ser um gatilho para algumas pessoas.

Ao longo do tempo, os sintomas de WPW pode desaparecer em até 25 por cento das pessoas que os experimentam. (8). Em outros casos, o paciente pode permanecer um longo tempo sem qualquer sintoma e o W-P-W pode ser diagnosticado em uma consulta de rotina, de check-up.

Os sintomas em casos mais graves

Cerca de 10 a 30 por cento das pessoas com síndrome de Wolff-Parkinson-White, ocasionalmente, ter um tipo de arritmia cardíaca conhecida como fibrilação atrial. Nestas pessoas, os sinais e sintomas de WPW podem incluir:

Os sintomas em Crianças

Os sintomas em crianças com síndrome de Wolff-Parkinson-White podem incluir: ((8))

  • Falta de ar – dispneia
  • Falta de atenção – Deficit de atenção
  • Má alimentação
  • Batimentos cardíacos acelerados – as taquicardias.

Os Casos Assintomáticos (Ausência de sintomas):

A maioria das pessoas que têm uma via elétrica extra sem a experiência do coração batimento cardíaco rápido e sem sintomas. Esta condição, chamada padrão de Wolff-Parkinson-White, só é descoberto por acaso, quando uma pessoa está passando por um exame de coração por outras razões.

Padrão de Wolff-Parkinson-White é inofensivo em muitas pessoas. Mas os médicos podem recomendar uma avaliação mais aprofundada antes de crianças com padrão de WPW participar de esportes de alta intensidade

O Diagnóstico do síndrome de Wolff-Parkinson-White é pela interpretação de ECG:

Quando um médico cardiologista observa um Eletrocardiograma ele já é capaz de fazer o diagnóstico da Síndrome de Wolff-Parkinson-White, pois é necessário somente um ECG. Os itens a seguir são Técnicos, e utilizado para médicos (se você for leigo, pode saltar). (4)

  • Intervalo PR <0,12 segundo, ondas P de aparência normal;
  • Complexo QRS largo, com uma duração mais longa do que 0,12 segundo;
  • A presença de ondas delta. Inscrição lenta ou espessamento da porção inicial do complexo (onda delta) – O QRS é o critério mais importante para o diagnóstico de síndroma de Wolff-Parkinson-White.
  • Alterações secundárias de segmento ST e onda T, que estão mostrando uma direção oposta à onda complexo QRS e delta.

Os Exames para Avaliar o WPW – quais são? 

O médico irá começar a investigação clínica com uma história clínica completa, juntamente com o exame físico e exames laboratoriais, incluindo:

  • Os exames de sangue, para verificar hormônio da tireoide e os níveis de potássio no sangue, o que pode levar a algumas perturbações do ritmo cardíaco.
  • A radiografia de tórax, para verificar se o seu coração está dilatado.

Holter 24 horas:

Este dispositivo ECG portátil é transportado no bolso ou usado em um cinto. Ele registra a atividade do seu coração por 24 horas, fornecendo o seu médico com um olhar prolongado em seus ritmos cardíacos. Ele é um ótimo exame para avaliação do WPW.

Gravador de eventos: Looping:

Trata-se de um exame semelhante ao HOLTER, só que a duração do exame é de 1 a três semanas ou até mesmo meses. O paciente ativa o gravado quanto tiver sintomas de uma arritmia.

Estudo Eletrofisiológico:

Este teste (foto) pode ser usado para confirmar o diagnóstico de síndrome de Wolff-Parkinson-White ou para identificar a localização da anômala. É um exame feito em hospital, com uma sedação anestésica e é capaz de mapear onde está esta via anômala que provoca os sintomas de arritmia cardíaca e palpitação.

Os Eletrodos são colocados diretamente no coração e conseguem definir, com precisão, o local exato em que o “curto-circuito” ocorre e identificar a via anômala. (6)

Como tratar? Medicação ou cirurgia?

O objetivo do tratamento é evitar que a condução ocorra pela via anômala e passe a ocorrer somente pela via normal. Assim, os médicos lançam mão de medicamentos que tentam impedir que o estímulo passe pela via anormal e siga o caminho normal.

Medicações de controle para WPW:

várias drogas podem ser utilizadas para o tratamento das arritmias relacionadas à síndrome de Wolff-Parkinson-White. Entre elas estão: propafenona (Ritmonorm®), amiodarona (Ancoron®), sotalol (Sotocor®).

Algumas medicações não podem ser utilizadas: beta-bloqueadores (propranolol, metoprolol) ou bloqueadores do canal de cálcio (verapamil, diltiazem). (8), pois podem aumentar a transmissão do estímulo na via anômala, notadamente digoxina e verapamil (7).

Se a frequência cardíaca não voltar ao normal com o tratamento médico, os médicos podem usar um tipo de terapia chamado cardioversão elétrica (choque).

A Desvantagem: o paciente NÃO fica CURADO do problema, ficara (pode ficar) com a doença CONTROLADA.

Correção cirúrgica – Ablação:

O tratamento a longo (veja foto ao lado) prazo para a síndrome de Wolff-Parkinson-White é realizado por ablação por cateter. Este procedimento envolve a inserção de um tubo (cateter) numa veia através de um pequeno corte perto da virilha-se a região do coração.

Quando a ponta atinge o coração, a pequena região que está causando a via anômala e a taquicardia é cauterizado, usando um tipo especial de energia chamada de radiofreqüência ou congelando-o (crioablação). Ë o método de tratamento de escolha para esses pacientes.

Minha filha fez ablação ela tinha 12 anos hoje ela esta com 21 mas sente arritmia quase todos os dias chegando até 127 batimentos por minuto
A minha pergunta é essa síndrome mesmo depois da ablação pode desencadear outros problemas cardíacos ela fez a quatro anos atrás um exame que constou espessamento na veia aorta e na mitral (Valdirene)

Resposta do Dr. Leonardo Alves – Cardiologista Teófilo Otoni: A ablação por radio-freqüência é a terapia de eleição com sucesso de 89 a 97% na dependência da localização da via.

Taxa de Sucesso da ablação:

A recorrência da condução pela via acessória, após uma ablação ocorre em aproximadamente 5 a 12% dos casos, e esses pacientes podem ser submetidos a uma nova intervenção sem aumento do risco. (5)

Então, é possível que após uma ablação uma nova via anômala possa ser encontrada.

Possíveis Complicações da Ablação por RadioFrequência:

  1. bloqueio AV total: (0,2-0,6%): geralmente ocorrido nas vias ântero-septais e médio-septais, mas raramente em vias póstero-septais;
  2. infarto agudo (0,06%) do miocárdio por aplicação inadvertida dentro da circunflexa ou por dissecção de uma artéria coronária;
  3. perfuração cardíaca e tamponamento (0,1%);
  4. acidente vascular encefálico, ou acidentes isquêmicos transitórios (0,1%);
  5. lesão valvar mitral ou aórtica (0,15%);
  6. complicações arteriais e venosas (0,5%) no local da punção;
  7. com-plicações secundárias à exposição de raioX. ((Diretrizes Brasileiras de Arritmia Cardíaca))

Imaginem um situação para facilitar o cálculo: Para cada 2000 pacientes tratados:

  1. Bloqueio AV total: entre 4 e 1 pacientes.
  2. Infarto do Miocárdio: precisaríamos tratar 200.000 para ter 1 infarto.

A vantagem: o paciente fica CURADO do problema.

Detalhes da Correção via Ablação:

  • Não há cortes no peito.
  • A anestesia é via sedação.
  • Há um pequeno corte/incisão na virilha: 2 a 3 centímetros.
  • Não haverá dores no peito.
  • A ocorrência de morte súbita é rara.
  • Há toda uma estrutura de equipamentos para tratar as principais complicações.
  • Tempo de internação: 2 a 3 dias.

Cirurgia de coração:

Raramente é realizada, pois a Ablação (cauterização) costuma ser o procedimento de escolha.

Acompanhamento a longo prazo

A ablação por cateter CURA a doença na maioria dos pacientes. A taxa de sucesso para o processo situa-se entre 85 e 95%. As taxas de sucesso podem variar, dependendo da localização e número de vias adicionais. Além de ter um número maior de vias, há a possibilidade de que o Estudo eletrofisiológico não consiga detectar todas as vias e pode ser que uma delas fique sem tratamento adequado – e a arritmia volta a ocorrer.

Restrição física na W-P-W e para o Trabalho:

Antes da Ablação:

Os pacientes portadores da síndrome de Wolff-Parkinson-White não podem exercer atividades físicas competitivas (futebol, vôlei, basquete) nem esportes radicais (mergulho, escalada, asa-delta).

Esses pacientes também não podem exercer profissões de risco (piloto, motorista, operador de máquinas pesadas).

Futebol e Esportes:

Esta doença é incompatível com a prática de atividades físicas pois pode desencadear arritmias cardíacas perigosas.

A WPW é uma das principais causas de morte súbita em atletas, pois o paciente se sente normal até o dia em que o exercício intenso provoca uma arritmia fatal e trágica, muitas vezes filmadas pela imprensa, provocando grande repercussão nacional.

Após a Ablação:

Após ablação não há qualquer restrição para atividade física e qualquer profissão poderá ser exercida.

Posso trabalhar? Concurso público e Afins…

Como disse, após ablação (e principalmente, após a liberação do seu médico e do arritmologista) não há qualquer restrição para atividade física e qualquer profissão poderá ser exercida.

Sendo assim, você pode trabalhar em qualquer emprego – qualquer emprego.

Faça o seu Check-up!

O Wolff-Parkinson-White é uma doença grave e perigosa se não for descoberta a tempo. Portanto, você não precisa descobrir essa arritmia durante uma atividade física ou ter um sintoma grave.

Durante a consulta médica com um cardiologista, a arritmia poderá facilmente ser descoberta.

Conte o seu caso: Você tem WPW, já tratou?.

E você? Já realizou esta cirurgia? Conte-nos como foi a sua experiência… o que você sentiu, o tempo de internação, etc. Deixe aqui o seu comentário e ajude a outros pacientes com a sua experiência!