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Carla, uma paciente de 33 anos, antes saudável, procurou meu consultório com queixas de palpitações, buscando uma solução para o problema. As palpitações eram intensas, e ela estava preocupada com sua saúde – seria algo grave? Acompanhe esta história que não pode passar despercebida!

Sou Dr. Leonardo Alves, médico cardiologistaDeixe sua pergunta nos comentários, ou aqui!.

A melhor maneira de aprender sobre a saúde é ouvindo histórias reais de paciente que tiveram problemas semelhantes e vou lhes contar o caso de Carla, uma paciente real, com nome fictício.

O Caso de Carla:

Carla, uma paciente de 33 anos, antes saudável, procurou meu consultório com queixas de palpitações, buscando uma solução para o problema. Ela sempre desfrutou de boa saúde e mantinha hábitos alimentares saudáveis, além de praticar atividades físicas regularmente. No entanto, agora estava enfrentando episódios graves de palpitações, o que a deixou preocupada e em busca de ajuda médica.

“Meu coração está pulando! Dá umas pancadas”. Disse ela.

A grande maioria das pessoas já teve, tem ou vão ter uma extra-sístole ventricular (ESV) ao longo da sua vida de vez em quando. Isto é algo perigoso? Devo me preocupar se eu estou tendo palpitações? O que provoca uma ESV?

“Como isso pode ser? Será que perdi toda minha saúde?” Pensou ela.

Durante a Anamnese:

Carla mostrava-se muito preocupada. Estava ansiosa, com medo e descrevia seus sintomas com um medo terrível. Ela, realmente, não estava bem. Os sintomas de Palpitação estavam deixando-a louca.

Resumindo:

  • Carla praticava atividades físicas;
  • Não usava nenhuma medicação de Controle;
  • Alimentava-se adequadamente;
  • Evitava o uso de bebidas alcoólicas;

A história familiar de Carla:

Com 33anos, Carla tinha pai e mãe saudáveis, um irmão de 45 anos com Hipertensão arterial e um Tio (materno) com história de ter feito 3 Pontes de Safena, mas hoje, estava bem, fazendo seu controle com o Cardiologista.

Não havia nenhum membro da família com Morte Súbita.

Resumindo:

  • Irmão com Hipertensão Arterial sistêmica;
  • Tio (materno) operado de Ponte de Safena;
  • Sem história de Morte Súbita familiar;

O Exame de Carla:

Carla não tinha nenhum sopro cardíaco; sua pressão arterial era de 130/82mmHg (13/8,2cmHg) e a sua Frequência cardíaca era de 88bpm.

  • Não tinha sopros cardíacos.
  • O Ritmo do coração era irregular;
  • Havia muitas extra-sístoles durante a ausculta do coração;
  • O Pulso era irregular.

No pulso de Cala, eu podia perceber alguns batimentos irregulares e mais precoces que os demais batimentos. Se Carla soubesse medir e avaliar seus batimentos, ela também poderia percebê-los.


A primeira Impressão!

Após ouvir a história de Carla, tudo indicava que ela estava tendo Palpitações e Extra-Sístoles ventriculares bastante frequentes.

Um fato interessante:

  • Carla Tinha Palpitações durante o Exame físico;
  • Alguams vezes, ela Sentia as Palpitações no momento que a Extra-sístole ocorria.
  • Outras vezes, havia Extra-Sístoles (eu as ouvia) e ela não percebia/não sentia palpitações.

De todo modo, Carla era muito sintomática – Tinha muitas palpitações!


O Eletrocardiograma de Carla:

Hoje em dia, com os eletrocardiogramas digitais, é possível monitorar um período longo dos batimentos cardíacos sem a necessidade de imprimir um traçado longo de ECG.

Quando percebi que Carla estava com muitas palpitações, imediatamente Registrei cada uma das Extra-sístoles que causavam as palpitações.

  • Eram Extra-Sístoles ventriculares monomórficas frequentes.

Diagnóstico de Carla:

  • Palpitações;
  • Extra-sístoles Ventriculares frequentes muito sintomáticas;

Nota do Diagnóstico:

No caso de Carla, o diagnóstico foi muito fácil, pois ela sentia muitas Palpitações e eu pude perceber a ocorrência de muitas palpitações e muitas extra-sístoles durante a consulta, no consultório, durante a consulta e durante o exame físico.

Essa oportunidade tornou o diagnóstico rápido e fácil.

Mas nem sempre é assim:

Alguns pacientes, como o caso de Pedro, o diagnóstico não é tão simples. Veja também outros casos Reais de pacientes com Palpitações.


Tratamento:

Calma, calma… Apesar de eu já ter o diagnóstico sintomático e causal, eu preferi realizar alguns exames para esclarecer melhor os sintomas e quantificá-los.

Exames Complementares:

Apesar de já ter o diagnóstico sintomático (Palpitações) e causal (extra-sístoles ventriculares) é muito importante dar seguimento com exames complementares que serão muito importantes para determinar o tratamento mais adequado para Carla.

Ecocardiograma e Extra-Sístoles:

Carla realizou um Ecocardiograma Transtorácico logo após a consulta médica e o exame mostrou o seguinte resultado:

  • Função sistólica Global preservada.
  • Câmaras cardíacas de dimensões normais.
  • Padrão normal de Relaxamento diastólico.
  • Insuficiência mitral e tricúspide Discretas.

O Holter de 24horas e Extra-Sístoles:

O Holter de Carla mostrou que 20% de todos os seus batimentos eram Extra-sístoles – ela tinha exatamente:

  • Batimentos Totais: 108.000 / dia.
  • Extra-sístoles Ventriculares monomórficas: 21.700 extra-sístoles (20,09%).
  • Extra-sístoles Sintomáticas: 42 palpitações registradas no Botão de Eventos;

O Teste ergométrico:

Ela realizou Teste ergométrico e durante o esforço, as extra-sístoles reduziram a sua frequência e nenhuma arritmia grave foi detectada.

Carla não tinha lesão estrutural – isso é ótimo!

Depois de ver o Ecocardiograma e o Holter de Carla, percebemos que ela NÃO TINHA NENHUMA LESÃO ESTRUTURAL CARDÍACA  e, portanto, tinha um coração normal.

Conclusão 1:

O coração de Carla era saudável – sem lesão estrutural – Isso é ótimo. Como vimos nesse artigo, as Palpitações em corações estruturalmente normais são benignas e não costumam levar à Morte súbita Cardíaca.

Leia: Tenho Extra-Sístoles – preciso tratar?

Leia: Tenho Palpitações – preciso tratar?

Conclusão 2:

O tratamento para Carla tem um foco orientado para o alívio dos sintomas. A preocupação médica com morte súbita passa para um segundo, terceiro, quarto plano, pois o risco de suas extra-sístoles causarem morte súbita é mínimo.

Nesse caso, o uso de medicação para Carla foi exclusivamente pelo fato de Carla ser MUITO SINTOMÁTICA.


Agora, vamos tratar?

O tratamento de Carla e de quase todos os meus pacientes que tem Palpitações segue a uma rotina de orientações que tem funcionado muito bem – um passo-a-passo, como descrito a seguir:

#1 – Redução do Estresse!

Carla estudava e estava finalizando a sua Monografia na Faculdade de Pós-Graduação em Administração de Empresas, era Outubro e ela estava um pouco atrasada com essa importante tarefa.

  • Solicitei que ela reduzisse o estresse. Esse pedido foi em vão! (rs).

#2 – Durma melhor!

Com tantas tarefas pendentes na faculdade, Carla não estava dormindo adequadamente, indo para a cama por volta das 2 horas da manhã; e como trabalhava, no outro dia, tinha que levantar-se às 7horas.

  • Pedi a ela que suspendesse o uso desses estimulantes e procurasse dormir mais e melhor.

#3 – Evite energéticos e Estimulantes!

Para manter-se acordada, brigando contra o sono, ela utilizava Guaraná em pó ou Energéticos! Mantinha-se acordada, mas à duras penas! Ela era quase um Zumbi!

#4 – Alimente-se de forma saudável – Comida de Verdade!

Sempre oriento a meus pacientes a alimentarem-se com comida de verdade! Comidas naturais e minimamente industrializadas.

  • Carla já fazia isso e alimentava-se de forma bastante saudável.

#5 – Faça atividade física regularmente!

A atividade física é fundamental para uma vida saudável e para melhorar o estresse. Realizar atividades físicas pode melhorar o seu sono e ajudar a reduzir o estresse do dia-a-dia.

  • Carla já praticava atividades físicas – mesmo com sua rotina de estudos e trabalho.

#6 – Elimine outros problemas de Saúde!

Hipertireoidismo e outras doenças podem causar palpitações e alterações no ritmo cardíaco.

  • Todos os exames de Carla estavam normais.

#7 – Elimine / Suspenda medicações que possam causar Palpitações!

Muitas medicações para outros problemas de saúde podem causar palpitações terríveis em alguns pacientes, portanto é fundamental que os médicos discutam as medicações que o paciente esteja utilizando para reduzir a possibilidade de causas medicamentosas.

  • Carla não utilizava nenhuma medicação.

#8 – E o Café?

O café e a Cafeína são substâncias que causam palpitações em alguns pacientes, mas que em outros, não trazem e não causam nenhum problema, como você leu nesse artigo.

  • A Carla não utilizava café.

Qual medicação escolher?

Os medicamentos de primeira escolha para o tratamento de Extra-sístoles ventriculares monomórficas (na minha opinião) são os Beta-Bloqueadores.

Por quê os Beta-Bloqueadores?

  • São eficientes para controle de sintomas.
  • Tem menos efeitos colaterais em relação aos outro anti-arrítmicos.
  • Tem menos efeitos pró-arrítmicos (como flecainamida, Amiodarona e Sotalol)

Vantagens:

  • A pressão arterial de Carla não era baixa: 130/82mmHg.
  • A frequência cardíaca de Carla estava relativamente elevada (ainda normal): 88bpm.
  • Carla ainda não tinha tentado nenhuma medicação.

Duas semanas depois…

Depois de duas semanas, Carla volta ao meu consultório…

Nova situação:

  • Dormindo melhor: organizou sua agenda e dorme às 23horas.
  • Ainda não reduziu estresse – Diz que só reduzirá depois que terminar e entregar a Monografia.
  • Evitou o uso de Guaraná em pó e energéticos.
  • Continua fazendo exercícios.

Suas Palpitações:

  • Continua sentindo palpitações, mas com uma frequência muito menor: cerca de 10 por dia.
  • Está usando as medicações adequadamente, sem interrupção.
  • Sua pressão arterial está em 110/78mmHg (11/7,8cmHg).
  • Está mais feliz e menos preocupada.

Um mês depois…

Um mês depois, Carla repete novo Holter:

  • Batimentos Totais: 104.000 / dia.
  • Extra-sístoles Ventriculares monomórficas: 12.800 extra-sístoles (12,30%).
  • Extra-sístoles Sintomáticas: 7 palpitações registradas no Botão de Eventos;

Nota:

Carla ainda não se livrou completamente dos sintomas.

  • Ainda continua assintomática, com cerca de 10 palpitações por dia
  • Houve melhora no percentual de extra-sístoles, no holter: de 20% para 13% – em 30 dias.
  • Ela diz que as Palpitações estão menos sintomáticas, menos intensas.
  • Sente-se melhor com as medicações.

6 meses depois…

Após 6 meses, Carla retorna ao consultório. Nessa data, ela já havia entregado sua monografia e já tinha sido aprovada.

  • Praticamente SEM Palpitações.
  • Mais tranquila, dormindo melhor.
  • Aumentou a quantidade de atividades físicas.
  • Utilizava corretamente as medicações.

Realizou novo Holter:

  • Batimentos Totais: 100.000 / dia.
  • Extra-sístoles Ventriculares monomórficas: 3.200 extra-sístoles (3,2%).
  • Extra-sístoles Sintomáticas: NENHUMA;
  • Ela não sentiu NENHUMA PALPITAÇÃO.

Conduta:

  • Mantivemos a medicação e agendamos novo retorno para 6 meses.

Note que as extra-sístoles estão diminuindo, mas ainda estão presentes em seu Holter de 24horas.

Meta e Resultados:

Analisando esse caso, notamos que atingimos a nossa meta principal: ACABAR COM AS PALPITAÇÕES.

Nunca tivemos a meta de acabar com as Extra-sístoles e sim com as PALPITAÇÕES.

Carla continua com Extra-sístoles, mas SEM PALPITAÇÕES.

A orientação para Carla é continuar o tratamento e em novas avaliações, tentar reduzir a sua medicação. É possível que o estresse causado pelas suas atividades tenham intensificados as suas extra-sístoles e provocado PALPITAÇÕES (motivo da consulta).

Carla segue em acompanhamento em meu consultório.

O quê você achou?

O caso de Carla tem alguma semelhança com o seu caso? Então comente! Deixe a sua história e ajude outras pessoas.