W-P-W – Quando a Ablação para Wolff-Parkinson-White não dá certo o paciente entra em desespero e precisa entender bem as consequências.
O artigo de hoje conta a história de um Leitor do Blog que deixou sua experiência e vamos comentá-la para o esclarecimento de todos.
A Síndrome de Wolff-Parkinson-White – o nome é de uma arritmia cardíaca com riscos de parada cardíaca em atletas e até em pacientes tidos como saudáveis.
Apesar do risco de morte súbita em atletas de alto rendimento, a Síndrome de WPW causa muita preocupação em todos os pacientes.
A Síndrome de Wolff-Parkinson-White é uma arritmia cardíaca na qual existe uma via elétrica adicional do coração – um curto circuito que provoca palpitações e necessidade de tratamento médico.
WPW – desde quando?
A via anômala que provoca o WPW surge com o nascimento.
É uma estrutura que desaparece (ou pelo menos deveria) antes ou logo após o nascimento.
A doença surge quando essa via anômala permanece por mais tempo e se prolonga na vida gerando sintomas de taquicardia e arritmias graves.
Veja a história.
Fui diagnosticado com WPW em 2006, após tonturas durante atividades físicas (Musculação e MuayThaii), tinha 16 anos.
O tratamento de escolha do WPW é a ablação.
Raramente um cardiologista não opta por essa opção de tratamento.
Tanto paciente e médico desejam que o paciente fique curado – e para curá-lo, a opção é a ablação (uma cirurgia simples, sem cicatriz, feita na virilha).
Mas, veja o que pode acontecer
E então, gostando do artigo? Deixe o seu comentário no final. Precisando de atendimento com cardiologista? Agende sua consulta!
Recorrência do WPW
O leitor JF fez a ablação do WPW e recebe alta com oreintação de manter acompanhamento.
Todo mundo espera que as palpitações tenham desaparecido e ele não tenha mais arritmias no coração. Entretanto…
Houve Recorrência do WPW – que é quando o paciente apresenta os mesmos sintomas e o mesmo diagnóstico após o tratamento.
Tipo: O Wolff (WPW) voltou!
Fiz meu primeiro estudo/ablação em 2007, porém houve recorrência ainda enquanto eu estava em observação pós-procedimento.
O segundo estudo, com sucesso, foi em 2008. Três meses depois constou recorrência no ECG e Holter 24h.
Em 2009 fiz um terceiro estudo. Outra recorrência.
Tratei: mas meu WPW voltou
Note a frase do Leitor JF,
O segundo estudo, com sucesso, foi em 2008. Três meses depois constou recorrência no ECG e Holter 24h.
Mesmo assim, houve recorrência. Por quê acontece a recorrência da Síndrome de Wolff-Parkinson-White?
Tratamento do WPW
A ablação do WPW implica em “queimar” a via anômala representada em vermelho pela imagem acima.
Quando essa cauterização é eficiente e bem realizada, o paciente com WPW fica curado com a ablação.
Mas há algumas situações possíveis: O paciente tem mais de uma via anômala.
Veja na figura abaixo.
Duas vias Anômala do WPW
Quando o paciente tem duas vias anômala, o médico pode cauterizar apenas uma delas. Assim o problema persiste ou não é curado completamente.
No exemplo do Leitor JF, ele tem mais de duas vias anômalas.
A minha doutora nos deu a opção de continuar tentando com os estudos ou seguir com medicação (no meu caso atenolol) e seguir uma vida mais ‘tranquila’.
Este ano, 2016, decidi retornar as investigações, dessa vez com um novo cardiologista – esse recomendado pela antiga doutora, tendo em vista que ela era cardio pediátrica.
Fiz Ecocardiograma, ECG, Holter e teste de esforços e deu tudo OK. Limpo. Sem a presença da onda Delta. Como? Curou com o amadurecer do meu corpo nos últimos 7 anos?
WPW cura sozinho?
Sim, é possível que o WPW cure sozinho, sem necessidade de ablação.
Imagine o paciente com três vias anômalas vistas no Estudo EletroFisiológico.
- Via anômala 1
- Via anômala 2
- Via anômala 3.
Mas nem todas produzem arritmias cardíacas.
- Via anômala 1 – produz arritmia
- Via anômala 2 – produz arritmia.
- Via anômala 3 – NÃO PRODUZ arritmia.
Assim, o médico testar cada uma dessas vias no Estudo Eletrofisiológico e avalia qual gera arritmia no paciente.
Se todas gerarem, todas devem ser “queimadas” (ablacionadas).
Nem toda Via anômal gera Arritmia.
Como dito acima, pode ser que uma via anômala esteja presente, mas NÃO GERE ARRITMIA no paciente.
Nesse caso, não há necessidade de tratamento, pois o paciente será assintomático.
Tenho os mesmos sintomas de antes: MUITAS EXTRASSÍSTOLES e raras vezes (talvez por ansiedade) sinto FIBRILAÇÕES (o que me preocupa, pois sinto um desconforto, ‘quase’ que uma tontura quando ocorre – e hoje me ocorreu e eu estava na correndo na esteira da academia).
WPW sem sintomas:
É muito importante que o paciente faça um HOLTER 24 horas para saber de onde vem os seus sintomas.
Muitas vezes as palpitações são provocadas pelas extrassístoles e NÃO PELA PRESENÇA DE WPW.
Só o Holter para retirar essa dúvida.
Estou me preparando para prestar o concurso da PMPR (Polícia Militar do Paraná). Pratico musculação para ganho de força e alguns exercícios de teor cardiovasculares, treinos focados para o concurso, tudo com acompanhamento do professor.
Tipicamente, a carga de exercícios aeróbicos e de força exigidos ao concurseiro é demasiadamente alta – e ainda mais alta na escola da polícia.
Em 2017 irei me submeter a mais um estudo eletrofisiológico. Segundo o Dr este próximo estudo é o ‘tira-teima’ e estarei liberado para quaisquer atividades.
Minha dúvida é: mesmo que todos os meus exames cardíacos constem ‘limpos’, incluindo o próximo estudo, mesmo assim ainda tenho aqueles sintomas. Posto isso, POSSO MESMO PRATICAR EXERCÍCIOS AERÓBICOS COMPETITIVOS COM TRANQUILIDADE?
Quaisquer comentários ou respostas serão bem-vindos, pois pode ser que sane as dúvidas de muita gente. Obrigado pela atenção. Saúde e sucesso!
Estudo EletroFisiológico sem arritmia:
Se o Estudo eletrofisiológico (EEF) informa que não há chance de arritmia cardíaca – o paciente está curado.
Mesmo se o EEF apresentar onda Delta e sinais de via anômala.
Se essa via anômala não provocar arritmia não há necessidade de tratamento e o paciente poderá fazer exercícios.
Toda avaliação médica é superior a qualquer opinião de blog. Seu médico é e sempre será o seu maior conselheiro e orientador. Confie nele, acima de tudo.
O problema voltou…
Alguns pacientes tem sintomas diários e mesmo após a cirurgia ainda se queixam de problemas cardiológicos.
Olá, tenho 40 anos e sofre desde criança com sindrome wolf parkinson white, em 2006 fiz uma ablação e anos mas tarde o problema voltou… Tenho muitas restrições desde então
Algumas tarefas do dia a dia são para mim um sufoco, pois sempre sinto muito mal
Gostaria de saber se tenho o direito de correr atras do beneficio ?
Tenho direito a benefício do INSS?
Se não for possível tratar o Wolf, sim terá direito – desde que muito bem documentado pelo cardiologista. A arritmia precisa ser comprovada com exames.
Se o Wolff voltou…
Na situação descrita acima, se as arritmias cardíacas voltaram a acontecer: precisa tratá-las novamente para que sejam eliminadas.
Se não for possível tratá-las, o médico cardiologista eletro-fisiologista emitirá um laudo dizendo que não é possível tratar e que a paciente não poderá fazer esforços físicos compatíveis com o seu trabalho (atividade laborativa).
Toda avaliação médica é superior a qualquer opinião de blog. Seu médico é e sempre será o seu maior conselheiro e orientador. Confie nele, acima de tudo.
Doenças do Coração – Manual completo e Como Prevenir!
A Prevenção de doenças do coração (e de todas as doenças cardíacas) exige que você faça escolhas inteligentes agora que possa receber os "lucros"...
Ablação não deu certo: e agora?
Ablação não dar certo pode ter dois sentidos:
- Não eliminou o foco de arritmia
- Apresentou complicações.
Já falamos da compleicação que pode ocorrer no artigo anterior (veja aqui).
- bloqueio AV total: (0,2-0,6%):
- infarto agudo (0,06%) do miocárdio;
- perfuração cardíaca e tamponamento (0,1%);
- acidente vascular encefálico, ou acidentes isquêmicos transitórios (0,1%);
- lesão valvar mitral ou aórtica (0,15%);
- complicações arteriais e venosas (0,5%) no local da punção;
- com-plicações secundárias à exposição de raioX. ((6))
Quando a Ablação não eliminou o foco de arritmia
Nesse caso, só resta o tratamento medicamentoso ou repetir o procedimento de ablação.
Seu médico saberá escolher.
Regras dos comentário:
Esse blog e todos os seus artigos não são consulta médica. Foram escritos pelo Dr. Leonardo Alves – Médico Cardiologista de Teófilo Otoni, MG (CRMMG: 33.669).
Sempre confie e dê mais atenção na opinião do seu médico, pois ele te examinou. Nada substitui a consulta médica presencial, com seu médico de confiança.
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Boa tarde, no meu caso conforme já entrei em contato na ablacao de 2020, não deu certo ,disseram que quando aplicam a anestesia as estras se escondem é não conseguem achar o foco??
Conforme já relatei,já fiz 5 ablacoes, se tivesse uma via anomala será que já não teriam descoberto?sotalol é propafenona toda hora e esperando a morte no sofá onde durmo a 3 anos, é como está minha mente?
Extremamente valiosa toda a matéria!! Informações esclarecedoras e importante.Minha mãe foi submetida ao procedimento em 2015 e agora em 2021 existe a possibilidade de repetir,mas exames estão sendo realizados e com a Glória de Deus espero não ser necessário,ela é extremamente ansiosa,quem sabe os sintomas estão sendo confundidos??!🙏🙏👏👏
Fiz a minha abração,tem 8 dias,e os médicos falaram que foi bem sucedido,mas estou sentindo os msm sintomas que eu tinha antes , cansaço,fraqueza até falta de ar,pq será?,algum médico pode me explicar isso?