Stent Absorvível para o tratamento de lesões coronarianas é algo novo e interessante. Os stents farmacológicos (SF) surgiram como estratégia para aumentar a eficácia da intervenção coronária percutânea (A angioplastia), reduzindo a reestenose e, consequentemente, a necessidade de nova revascularização, em comparação aos stents metálicos (SM).
Esse aspecto é especialmente importante no subgrupo de pacientes com maior risco de reestenose, como os diabéticos, pacientes com vasos de fino calibre e lesões coronarianas longas.
O maior risco de reestenose, em geral, também vem acompanhado de maior risco de trombose do stent. Polímeros duráveis foram implicados, ao menos em parte, nesse fenômeno, já que evidências sugerem que a presença persistente do polímero estimula uma reação de hipersensibilidade. Os polímeros biodegradáveis foram desenvolvidos para reduzir a resposta inflamatória, acelerando a cicatrização arterial e permitindo uma reendotelização completa das hastes do stent. ((Revista Brasileria de Cardiologia Intervencionista)). Um novo estudo demonstra uma novidade no tratamento da angioplastia, com o uso de Stents Biodegradáveis. Confira.
A evolução da Angioplastia:
Angioplastia SEM Stent: A Angioplastia iniciou-se sem a presença do Stent, com bons resultados na época, mas que foram surpreendidos com a restenose, que é a obstrução do mesmo local em que foi feito o tratamento.
Angioplastia COM Stent: Posteriormente, surgiu o STENT, uma grade, com um roulinho de cabelo que era insuflado no local da lesão coronariana e que a mantinha aberta por um longo período. Em lesões longas e em pacientes diabéticos, a ocorrência de estenose era alta.
Angioplastia COM Stent FARMACOLÓGICO: Mesmo com o STENT, havia casos (diabéticos e em lesões coronarianas longas e finas) em que a estenose ainda era um problema – sendo assim, os Stents foram recobertos de medicações que evitavam a estenose – já representou um grande avanço na cardiologia.
Angioplastia COM Stent FARMACOLÓGICO e BIODEGRADÁVEL: Agora, é a vez dos Stents BIODEGRADÁVEIS (absorvíveis), quem estão vindo com o objetivo de tratarem lesões longas e de pacientes diabéticos com menor número de Estenose do Stent.
E esse é o objetivo do presente estudo. Confira.
REESTENOSE do STENT – o problema!
Não há nenhum problema com a Angioplastia. O que ocorre é que em alguns pacientes (alguns pacientes), o tratamento com STENT não fica (não permanece) tão bom quanto o de outros. Há uma obstrução, esta obstrução é tratada com o Stent e ao longo dos meses e anos seguintes, ocorre REESTENOSE do local onde havia a obstrução.
Em quais paciente há mais ReEstenose?
A Reestenose é maior em pacientes diabéticos e naqueles em que os vasos onde há obstrução são vasos finos e longos. Sendo assim, o objetivo desse trabalho científico não foi avaliar o Stent biodegradável em pacientes comuns, são casos específicos.
Stent Absorvível reduz Estenose? A questão!
Stents Biodegradáveis (Polímeros biodegradáveis ou Absorvíveis) foram desenvolvidos para reduzir a reação de hipersensibilidade associada aos polímeros duráveis dos stents farmacológicos de primeira geração, mantendo sua eficácia antiproliferativa e aumentado sua segurança. Avaliamos os resultados angiográficos de 9 meses e os resultados clínicos de longo prazo dos stents farmacológicos com polímeros biodegradáveis em pacientes com alto risco de reestenose.
MÉTODOS:
Pacientes com diâmetro de referência < 2,5 mm, extensão da lesão > 15 mm, diabetes, ou uma combinação dessas características foram selecionados da população do estudo PAINT. Esses pacientes foram previamente randomizados e alocados para intervenção coronária percutânea recebendo os stents farmacológicos com polímeros biodegradáveis com sirolimus ou com paclitaxel ou stents metálicos, na razão.
RESULTADOS:
Cento e setenta e oito pacientes foram tratados com stents farmacológicos com polímeros biodegradáveis (n = 142) ou stents metálicos (n = 36). No acompanhamento angiográfico de 9 meses, os primeiros mostraram menor perda tardia (0,40 ± 0,42 mm vs. 0,90 ± 0,47 mm; p < 0,01) e reestenose binária (7,4% vs. 25%; p < 0,01). No acompanhamento clínico de 5 anos, o grupo com stents farmacológicos com polímeros biodegradáveis mostrou menores taxas do desfecho combinado de morte cardíaca, infarto do miocárdio e revascularização do vaso-alvo (16,2% vs. 38,0%; p = 0,03), principalmente devido à redução da revascularização do vaso-alvo (9,9% vs. 36,1%; p < 0,01). Morte total, morte cardíaca e infarto do miocárdio não foram diferentes entre os grupos. A trombose do stent, provável ou definitiva, ocorreu em 2,8% vs. 0% (p = 0,30).
CONCLUSÕES:
Os stents farmacológicos com polímeros biodegradáveis eluidores de paclitaxel ou sirolimus foram eficazes na redução de reestenose angiográfica aos 9 meses e na necessidade de reintervenção por reestenose clínica em 5 anos, sem aumentar o risco de trombose do stent.
Conclusão Final:
O presente estudo sustentou evidências de que os stents farmacológcos com polímeros biodegradáveis são eficazes na redução de reestenose sem aumentar o risco de trombose do stent no acompanhamento de longo prazo, em comparação com stents metálicos de mesma plataforma, em uma população de alto risco para reestenose.
E então, o quê você achou?
A Cardiologia está evoluindo a passos largos e buscando sempre novas formas de tratar os pacientes. Em breve, esses novos procedimentos estarão disponíveis para os pacientes (diabéticos e naqueles em que os vasos obstruídos são longos e finos) que poderão ser tratados de forma mais eficiente.
Você já fez angioplastia?