google.com, pub-4379855849485668, DIRECT, f08c47fec0942fa0

Regina começou a sentir palpitação! Tinha Hipertensão arterial bem controlada e era muito dedicada! Mas o aceleramento que seu coração estava tendo era terrível! Mal sabia ela que os medicamentos de pressão eram os culpados pela palpitação! Quando ela descobriu…

– “Quê ódio!” Não deixe de ler!

[membership level=”0″]Quer ler mais? Clique Aqui! e acesse o Melhor Conteúdo Exclusivo! [/membership]
[membership level=”0″] Olá, Aqui é o Dr. Leonardo Alves. Estamos felizes com seu interesse em nossos artigos. Quer ler mais? Clique Aqui! Escolha uma das opções de Membros e Aproveite os esse artigo! Temos muito interesse em solucionar suas dúvidas. [/membership]

O tratamento das Extra-sístoles e Palpitações é muito amplo e merece um guia. Além de tratar as arritmias, precisamos tratar pacientes ansiosos e outros com síndrome do pânico. A avaliação adequada dos sintomas é importante mas também é fundamental saber se o coração do paciente é normal ou não.

Nesse caso, vamos mostrar como um acompanhamento inadequado quase provocou um desastre na vida da Marcela e como o tratamento contornou uma tragédia. Confira.

  • Veja também outros Casos Reais de Extra-Sístoles e Palpitações.

 

O Caso de Regina:

Regina trabalha como Gerente em uma loja de departamento bem famosa! Segundo ela, seu serviço não lhe causava tanto estresse, pois já estava acostumada com o serviço. Era bem casada, feliz com seus dois filhos e praticava caminhada duas ou três vezes por semana.

O único problema que ela tinha era a Hipertensão Arterial, fazia uso correto dos medicamentos (não faltava nenhum dia) e sua pressão estava controlada.

Regina Tinha uma Pressão Arterial Controlada!

Regina utilizava as medicações para pressão alta:

  • Atenolol 25mg – 1 comprimido ao dia.
  • Anlodipino 5 mg – 1 comprimido ao dia.
  • Hidroclorotiazida 12,5mg – 1 comprimido ao dia.

Já usava essas medicações há anos e sentia-se bem.

 

As Palpitações de Regina:

Regina conta que começou a sentir o coração muito acelerado e com alguns pulos durante o dia.

Dr. meu coração acelera tanto, tanto e depois dá uma pausa que acho que vou morrer!

 

Ela conta que as palpitações começaram a ocorrer diariamente e que já não estava suportando.

 

A Avaliação Inicial de Regina:

Regina já era conhecida pelo seu médico e já tinha realizado alguns exames para controle da sua pressão arterial. Seu ecocardiograma de 2 ano antes estava normal e, como ela nunca havia se queixado de palpitações, nunca tinha feito Holter de 24 horas.

Seu Exame Físico:

  • Exame físico Praticamente normal.
  • Pressão Arterial: 140/82mmHg
  • Frequência cardíaca: 88 bpm.
  • Sem sopros cardíacos.

Seu Eletrocardiograma:

Seu Holter mostrou:

  • Total de Batimentos: 124.000 batimentos.
  • Total de Extra-sístoles.
    • Extra-sístoles Ventriculares monomórficas: 42
    • Extra-sístoles Ventriculares em pares: 4
    • Extra-sístoles Supraventriculares: 14
    • Salvas de Extra-sístoles supraventriculares: 1
  • Total de Palpitações: 7.
    • No momento das palpitações, ela estava com Taquicardia Sinusal.
    • Reclamou de ondas de calor durante as palpitações.
    • Tonturas no momento das palpitações.
    • Nenhuma palpitação foi diretamente ligada às Extra-Sístoles.

Seu Ecocardiograma mostrou:

  • Função Ventricular normal.
  • Câmaras cardíacas de dimensões normais.
  • Hipertrofia ventricular esquerda.

Seu Teste Ergométrico mostrou:

  • Boa aptidão física.
  • Taquicardia sinusal já no início do exame.
  • Ausência de arritmias graves.
  • Presença de Extra-sístoles ventriculares monomórficas no pico do esforço.

Conclusão:

Regina era uma paciente de baixo risco para morte súbita e se enquadrava na abordagem de Tratar as Palpitações para alívio dos sintomas (veja imagem abaixo).

 

No caso de Regina, há a presença de Hipertrofia ventricular esquerda, que muda um pouco a estratégia de atendimento, mas a abordagem é a mesma.

 


 

A palpitação: a culpa era dos medicamentos para Pressão Alta!

Regina não tinha, então, uma alteração cardíaca estrutural, com já era de se imaginar.

Quando olhei as suas medicações e a relação com seus sintomas logo associei as palpitações com a presença do Anlodipino!

Os Efeitos Colaterais do Anlodipino:

O anlodipino, princípio ativo do medicamento besilato de anlodipino, assim como outros medicamentos que agem bloqueando os canais de cálcio pode, raramente, apresentar efeitos colaterais que não são diferentes das que ocorrem com pacientes hipertensos ou com angina que não são tratados: ((Bula Anlodipino))

  • infarto do miocárdio (morte de células do músculo cardíaco por falta de sangue),
  • arritmia (alteração do ritmo do coração), incluindo
  • bradicardia (diminuição dos batimentos cardíacos),
  • taquicardia ventricular (aceleração dos batimentos cardíacos),
  • fibrilação atrial (tipo de alteração do ritmo cardíaco) e
  • dor torácica.

Outras alterações do Anlodipino:

Dependendo da dose que você tomar e se em casos de dose excessiva de besilato de anlodipino, pode ocorrer:

  • uma grande vasodilatação periférica (dilatação dos vasos sanguíneos) e possível…
  • taquicardia reflexa (batimento rápido do coração).

Casos graves podem ocorrer: Em função dessa vasodilatação poderá surgir hipotensão (diminuição da pressão arterial) prolongada e acentuada, incluindo choque (queda importante da pressão arterial) com resultado fatal.

 

Mas por quê só agora? O Andamento do caso…

A primeira vista, todos os sintomas que Regina estava sentindo estavam relacionados ao uso do anlodipino e havia pouca ou nenhuma relação com as Extra-sístoles ventriculares que foram encontrados no seu Holter de 24horas.

Regina ficou cheia de dúvidas e perguntou:

 

“Mas eu utilizava Anlodipino por tanto tempo… por quê só agora?”

Essa é uma boa pergunta! E a resposta é indefinida!

Há pacientes que não toleram uma semana do Anlodipino e outros que se sentem bem com doses muito elevadas da medicação.

Regina estava usando uma dose média: 5 mg e sentiu a taquicardia reflexa.

 

“Mas o Atenolol não poderia bloquear esse efeito?”

Não, o Atenolol não irá bloquear a taquicardia reflexa causada pelo Anlodipino – os medicamentos funcionam de forma independente.

Nem mesmo o controle de frequência cardíaca estava sendo efetivo com a presença do atenolol, pois a FC de Regina estava bastante elevada, mesmo em repouso.

 

“E se a minha pressão descontrolar e subir?”

Essa é uma preocupação e tanto!.

O médico precisará suspender o anlodipino e encontrar uma nova medicação para substituí-la.

Para mim, médico, é muito ruim quando o anlodipino causa taquicardia reflexa, pois os pacientes não toleram esse efeito colateral e quase sempre precisamos modificar a medicação de um paciente que está com sua pressão arterial controlada.

 

“Posso reduzir a dose de anlodipino?”

Sim, essa é uma das opções!

Mas no caso de Regina, os sintomas de palpitações estavam tão intensos e frequentes que a melhor opção e suspender a medicação e encontrar uma nova, que traga o controle da pressão arterial e não provoque tantos sintomas.

 

“E esse calor no rosto? não seria a menopausa”

O calor e vermelhidão facial é, também, uma queixa muito comum em quem utiliza o anlodipino. Aliás, essa costuma ser a primeira queixa dos pacientes.

No caso da Regina, ela achou que fosse a menopausa e seus fogachos.

Mas não. A taquicardia reflexa provoca esse tipo de sintoma!

 


 

E quanto ao Holter 24 horas e as Extra-Sístoles?

O holter de 24 horas que Regina fez traz algumas alterações interessantes e que precisam ser bem entendidas pelos pacientes.

Vamos descrevê-lo com detalhes:

Seu Holter mostrou:

  • Total de Batimentos: 124.000 batimentos.
  • Total de Extra-sístoles.
    • Extra-sístoles Ventriculares monomórficas: 42
    • Extra-sístoles Ventriculares em pares: 4
    • Extra-sístoles Supraventriculares: 14
    • Salvas de Extra-sístoles supraventriculares: 1
  • Total de Palpitações: 7.
    • No momento das palpitações, ela estava com Taquicardia Sinusal.
    • Reclamou de ondas de calor durante as palpitações.
    • Tonturas no momento das palpitações.
    • Nenhuma palpitação foi diretamente ligada às Extra-Sístoles.

 

 

Extra-sístoles Ventriculares monomórficas: 42

Essas 42 extra-sístoles ventriculares monomórficas podem ocorrer no Holter de qualquer paciente, independente do uso ou não de medicações e da presença ou não do anlodipino.

É interessante notar que nenhum sintoma foi relacionado à presença das Extra-sístoles ventriculares – e você já viu/leu que isso é possível.

 

Extra-sístoles Ventriculares em pares: 4

De forma semelhante, as Extra-sístoles ventriculares em pares também não se relacionaram com sintomas de palpitação.

 

Extra-sístoles Supraventriculares: 14 e Salvas de Extra-sístoles supraventriculares: 1

Um caso típico de Extra-sístoles supraventriculares que aparecem no Holter de 24 horas sem que estejam relacionadas à presença ou queixa de palpitações.

 

E as Palpitações: 7 ???

  • No momento das palpitações, ela estava com Taquicardia Sinusal.
  • Reclamou de ondas de calor durante as palpitações.
  • Tonturas no momento das palpitações.
  • Nenhuma palpitação foi diretamente ligada às Extra-Sístoles.

As queixas de palpitação de Regina estavam relacionadas à Taquicardia Sinusal, um caso muito parecido com o caso #2 – de Pedro. Ele sentia Palpitações relacionadas à taquicardia sinusal.

 

 

Regina melhorou?

A melhor opção para o caso de Regina foi a troca de medicações. Relembrando, ela estava em uso de:

  • Atenolol 25mg – 1 comprimido ao dia – um ótimo medicamento para controle da frequência cardíaca.
  • Anlodipino 5 mg – 1 comprimido ao dia – o causador da taquicardia reflexa.
  • Hidroclorotiazida 12,5mg – 1 comprimido ao dia.

 

Uma ótima opção foi fazer o seguinte:

  • Atenolol 50mg – 1 comprimido ao dia.
  • Anlodipino – suspenso!
  • Hidroclorotiazida 12,5mg – 1 comprimido ao dia.

 

Regina retornou ao consultório após 10 sem qualquer queixa de palpitações ou taquicardia reflexa (rubor facial ou outro sintoma relacionado ao anlodipino).

Ao exame:

  • Pressão arterial: 158/92mmHg.
  • Frequência cardíaca: 72bpm.

Note que a sua pressão arterial elevou-se um pouco, mas ela já estava assintomática e mais tranquila. As palpitações estavam ausentes e não a incomodava mais.

A dose de Atenolol foi elevada para 100mg e ela retornou ao consultório com a pressão arterial já controlada,

  • Pressão arterial: 132/82mmHg.
  • Frequência cardíaca: 64bpm.

 

“Dr. Será que minha frequência cardíaca vai cair demais?”

Não, Regina… Não vai cair demais.

Mas precisamos monitorar e medir sua pressão com mais frequência, principalmente devido às mudanças que fizemos em suas medicações.

Há casos em que o Atenolol surte um efeito muito forte e provoca ou queda de pressão arterial ou redução muito intensa da Frequência cardíaca.

 

A moral da História!

A cardiologia é cheia de nuances e detalhes interessantes e muitas vezes angustiantes para alguns pacientes.

Um laudo de Holter, em casos como o de Regina, se não for bem lido e interpretado pode causar confusão em alguns pacientes e a função do médico é entender e orientar adequadamente o paciente.

  • Nem toda taquicardia / aceleramento ou palpitação se deve às extra-sístoles.
  • Efeitos colaterais de outras medicações podem causar arritmias também importantes.

Portanto, sempre procure o seu médico quando qualquer sintoma estiver lhe incomodando.

 

E você? Já usou Anlodipino?

Já sentiu algum efeito colateral com a medicação? ou com outra medicação? Deixe o seu comentário.