Quimioterapia e Coração; e Radioterapia e Coração: Pacientes com câncer fazem tratamento com Quimioterapia e Radioterapia. Só que esses tratamentos podem causar lesões no seu coração. Confira o que fazer e como tratar?
Sou Dr. Leonardo Alves, médico cardiologista. Deixe sua pergunta nos comentários, ou aqui!.
O diagnóstico de um câncer pode mudar completamente a vida de uma pessoa, principalmente quando falamos dos efeitos colaterais que a doença pode acarretar na rotina do paciente.
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Quimioterapia e Coração: Uma Relação Delicada – Um Mergulho Detalhado
A quimioterapia, arma crucial no combate ao câncer, pode afetar o coração, exigindo atenção especial durante o tratamento.
Efeitos Cardiotóxicos:
A quimioterapia pode ter diversos efeitos cardiotóxicos, desde disfunções subclínicas até quadros graves como insuficiência cardíaca. Entre os principais danos, podemos citar:
- Cardiomiopatia: Enfraquecimento do músculo cardíaco, reduzindo sua capacidade de bombear sangue.
- Disfunção Diastólica: Dificuldade do coração em relaxar e se encher de sangue.
- Arritmias Cardíacas: Batimentos cardíacos irregulares.
- Pericardite: Inflamação da membrana que envolve o coração.
- Doença Valvar Cardíaca: Danos nas válvulas cardíacas, comprometendo o fluxo sanguíneo.
Fatores de Risco:
A suscetibilidade aos efeitos cardiotóxicos da quimioterapia varia de acordo com diversos fatores:
- Idade: Risco maior em pacientes acima de 65 anos.
- Histórico Cardíaco: Doenças cardíacas pré-existentes aumentam a vulnerabilidade.
- Tipo de Quimioterapia: Alguns agentes apresentam maior potencial cardiotóxico.
- Dose e Duração do Tratamento: Quanto maior a dose e a duração, maior o risco.
- Outras Doenças: Diabetes, hipertensão e tabagismo intensificam o risco.
Prevenção e Estratégias de Mitigação:
Para minimizar os efeitos da quimioterapia no coração, medidas de precaução e acompanhamento rigoroso são essenciais:
- Avaliação Pré-Quimioterapia: Exames cardíacos como ecocardiograma e eletrocardiograma identificam potenciais problemas e definem o manejo adequado.
- Medicamentos Cardioprotetores: Em alguns casos, cardioprotetores podem ser prescritos para prevenir danos ao coração.
- Monitoramento Cardíaco Contínuo: Acompanhamento regular da função cardíaca durante o tratamento permite identificar precocemente qualquer problema.
- Mudanças no Estilo de Vida: Adotar uma dieta saudável, praticar atividade física regular e controlar o estresse contribuem para a saúde cardiovascular.
- Comunicação Aberta com a Equipe Médica: Informar sobre qualquer sintoma cardíaco durante o tratamento é fundamental para uma intervenção oportuna.
Gerenciamento de Efeitos Cardiotóxicos:
O manejo dos efeitos cardiotóxicos da quimioterapia depende da gravidade da situação e do tipo de problema:
- Cardiomiopatia: Medicações e acompanhamento cardiológico regular são essenciais.
- Arritmias Cardíacas: Medicações antiarrítmicas e monitoramento cardíaco podem ser necessários.
- Pericardite: Anti-inflamatórios e acompanhamento cardiológico são indicados.
- Insuficiência Cardíaca: Tratamento específico para a insuficiência cardíaca é fundamental.
Cirurgias e Cardiotoxicidade:
Em casos raros, quando a função cardíaca é severamente comprometida durante a quimioterapia, pode ser necessário suspender o tratamento ou realizar uma cirurgia cardíaca.
Impacto na Qualidade de Vida e Expectativa de Vida:
A cardiotoxicidade da quimioterapia pode afetar a qualidade de vida do paciente, causando sintomas como fadiga, falta de ar e inchaço. O impacto na expectativa de vida depende da gravidade dos danos cardíacos e da capacidade de controlar a doença.
Avanços na Pesquisa e Novas Abordagens:
Estudos contínuos buscam identificar novos agentes quimioterápicos menos cardiotóxicos e desenvolver métodos mais eficazes de prevenir e tratar os efeitos da quimioterapia no coração.
O tratamento do Câncer e o Coração!
A quimioterapia é um tratamento bastante comum para as pessoas que estão passando por um câncer. Dependendo do tipo do tumor será aplicado algum tipo de estratégia de quimioterapia.
No entanto, poucas pessoas se preocupam com a saúde do coração durante o tratamento contra algum tipo de neoplasia. O que poucas pessoas sabem é que alguns remédios utilizados podem trazer diversos problemas para o bom funcionamento do coração, como, por exemplo, certos quimioterápicos que podem causar insuficiência cardíaca.
Por essa razão é muito importante que o oncologista tenha uma boa relação com o cardiologista, para que eles possam conversar e definir o que pode ser sintomas dos efeitos da quimioterapia, que são passageiros ou sintomas que apontem que a quimioterapia está afetando o coração.
Além dos problemas cardiológicos (insuficiência cardíaca), as drogas utilizadas no tratamento quimioterápico podem causar certos efeitos colaterais já conhecidos pelas pessoas, como queda de cabelo (alopecia), anemia, fraqueza, dores musculares, feridas na boca, emagrecimento dentre outros. ((MayoClinic))
Quimioterapia e Coração: Efeitos colaterais!
Os efeitos colaterais da quimioterapia podem aumentar o risco de doença cardíaca, incluindo enfraquecimento do músculo cardíaco (cardiomiopatia) e distúrbios do ritmo (arritmias). Certos tipos de quimioterapia também podem aumentar o risco de ataque cardíaco.
Felizmente, a doença cardíaca associada à quimioterapia não é tão frequente (graças aos avanços das medicações) – e nem todos os quimioterápicos tem o efeito colateral de causar danos ao coração.
Por outro lado, as doenças cardiovasculares nos pacientes com câncer são eventos cada vez mais frequentes, em decorrência de avanços na terapêutica oncológica que resultaram tanto na melhora da qualidade de vida como no aumento da sobrevida dos pacientes.
O que é Cardiotoxicidade?
Para que você comece a entender os males que o tratamento de câncer provoca no coração, uma definição padronizada de cardiotoxicidade é essencial. ((Diretrizes SBC))
O Instituto Nacional de Saúde (NIH) define cardiotoxicidade segundo a Fração de Ejeção do Ventrículo esquerdo (visto no ecocardiograma)
Cardiotoxicidade é uma lesão na função / força de contração do coração provocada pelo tratamento do câncer (confira abaixo)
http://sopronocoracao.com/ecocardiograma-ve-sopro-no-coracao/
Quais os Graus de Cardiotoxicidade:
Há vários graus de cardiotoxicidade:
- Grau I: redução assintomática da Fração de Ejeção entre 10% e 20%
- Grau II: redução da Fração de Ejeção abaixo de 20% ou abaixo do normal
- Grau III: insuficiência cardíaca sintomática
Quando a Cardiotoxicidade aparece?
Existem duas formas de manifestação da cardiotoxicidade causada pelo Tratamento do câncer: A cardiotoxicidade apresenta-se de forma aguda, subaguda ou crônica.
- Forma aguda.
- Forma Subaguda
- Forma crônica.
Forma Aguda da Cardiotoxicidade:
A cardiotoxicidade aguda ou subaguda caracterizam-se por:
- alterações súbitas na repolarização ventricular,
- alterações no intervalo Q-T,
- arritmias supraventriculares e ventriculares,
- síndromes coronarianas agudas,
- pericardite e
- miocardite,
Geralmente, essas alterações são observadas desde o início do tratamento até 14 dias após o término do tratamento.
Forma Crônica da Cardiotoxicidade:
A cardiotoxicidade crônica pode ser diferenciada em dois tipos, de acordo com o início dos sintomas clínicos.
- No primeiro ano após o tratamento;
- Um ano após o término do tratamento
A manifestação mais típica de cardiotoxicidade crônica é a disfunção ventricular sistólica ou disfunção diastólica que pode levar a insuficiência cardíaca congestiva até a morte cardiovascular.
Quimioterapia e Coração: Insuficiência Cardíaca!
Dentre os efeitos adversos da quimioterapia e coração, a agressão miocárdica com disfunção ventricular sistólica e insuficiência cardíaca e a que aparece com mais frequência.
O aparecimento da insuficiência cardíaca é uma complicação que pode determinar a interrupção do tratamento quimioterápico e comprometer a cura ou o adequado controle do câncer.
Qual é pior? Câncer ou Insuficiência Cardíaca?
Se a insuficiência cardíaca pode comprometer e até interromper o tratamento do Câncer, o paciente fica em uma situação bastante complicada.
É válido ressaltar que a insuficiência cardíaca tem pior prognóstico que muitas neoplasias e pode comprometer seriamente a evolução do paciente em tratamento.
Fatores de Risco para o Aparecimento da Insuficiência Cardíaca?
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da Insuficiência Cardíaca na Quimioterapia são:
- extremos de idade,
- disfunção ventricular prévia,
- hipertensão arterial,
- diabetes,
- uso de associação de quimioterápicos,
- radioterapia mediastinal e
- suscetibilidade genética
Quimioterapia enfraquece o Coração?
Muitos pacientes perguntam se a Quimioterapia enfraquece o coração. E, como dito acima, sim: a quimioterapia pode causar insuficiência cardíaca que é o enfraquecimento do coração.
Quimioterapia pode causar Infarto do Miocárdio:
Na fase aguda da cardiotoxicidade (nas duas primeiras semanas), a quimioterapia pode causar insuficiência coronária aguda e infarto do miocárdio.
Quimioterapia causa Arritmia Cardíaca?
Da mesma forma que o infarto do miocárdio, na fase aguda (primeiras duas semanas) a quimioterapia pode causar arritmias ventriculares e supraventriculares.
Quimioterapia causa Parada Cardíaca?
Da mesma forma que o infarto do miocárdio e das Arritmias na fase aguda (primeiras duas semanas) a quimioterapia pode causar sintomas súbitos e rápidos de miocardite e até mesmo levar a uma parada cardíaca – Entretanto, este efeito colateral é bastante raro.
Medicações Que lesam o Coração!
Alguns tratamentos anti-câncer podem causar danos temporários ao coração, enfraquecendo o músculo cardíaco. Esses tratamentos incluem:
- Uma classe de medicamentos conhecidos como antraciclinas (doxorrubicina, daunorrubicina, outros)
- Medicamentos mais novos, como trastuzumabe (Herceptin) e pertuzumabe (Perjeta), que são medicamentos destinados a atacar a proteína HER2 vista em alguns tipos de câncer de mama e outros
Quais as medicações que você utiliza?
Há muitas variáveis no tratamento das complicações da quimioterapia e tudo dependerá do tipo de medicação que você está utilizando e do tipo e grau de insuficiência cardíaca que você está sofrendo.
Conclusão:
A quimioterapia e seus efeitos no coração exigem atenção e acompanhamento especializado. Através de medidas de prevenção, monitoramento rigoroso e manejo adequado, é possível minimizar os riscos e proteger a saúde cardiovascular durante o tratamento do câncer.
Lembre-se: esta informação não substitui a consulta médica. Para informações mais detalhadas, consulte seu médico.
Muitas vezes, é necessário suspender o tratamento, mas outras vezes, é possível recomeçar o tratamento do câncer.
Qual a sua dúvida?
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Fontes (em inglês): MayoClinic, Cleveland Clinic, Heart.Org, NIH, Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Links úteis:
- Sociedade Brasileira de Cardiologia: https://www.portal.cardiol.br/
- Instituto Nacional de Câncer: https://www.gov.br/inca/pt-br
Disclaimer:
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(3) O Dr. Leonardo Alves é Médico Cardiologista em Teófilo Otoni (CRM.MG: 33.669) e atende na Clínica Cardiovasc – Agende aqui!