Teste ergométrico Falso-Positivo: o que é? quando ocorre? quais os riscos são dúvidas frequentes nos pacientes que escutam essa frase dos seus médicos. O que fazer?
Sou Dr. Leonardo Alves, médico cardiologista. Deixe sua pergunta nos comentários, ou aqui!.
Pergunte ao Cardiologista:
A dúvida de hoje é do Fabrizio, nesse artigo:
Bom dia. Fiz um teste ergométrico que resultou “infradesnível no segmento ST atingindo 2,00mm no pico de esforço nas derivações V4, V5, V6 e CM5”. Após, fiz uma cintilografia que resultou “infradesnivelamento do segmento J-ST, tipo retificado até 1,0mm, nas derivações DII, DIII e AVF”.
Após tudo isso, fiz um cateterismo que resultou “limpo”, sem nenhum sinal de obstrução.
Meu médico explicou que teriam sido falsos positivos nos exames anteriores. Entendi corretamente? Isso é comum? Se foram falsos positivos isso significa que eu posso ter novos falsos positivos se fizer novos exames de esforço? Em tempo: o médico explicou que os 2 exames positivos indicaram isquemia em regiões diferentes, o que reforça a conclusão de falso positivo. Obrigado e parabéns pelo trabalho de informação.
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Qual é a Dúvida?
Há duas dúvidas básicas:
- O que é um Teste ergométrico falso positivo?
- Teste ergométrico falso positivo é perigoso?
- Teste ergométrico falso positivo pode ocorrer novamente?
O que é um Teste ergométrico falso-positivo?
A dúvida por si só já explica o que é um o que é um Teste ergométrico falso! Mas vamos explicar mais!
- Teste ergométrico positivo: é um teste ergométrico que diz que o paciente tem alguma isquemia em seu coração.
- Após esse teste positivo, seu médico solicitará outros exames (cintilografia ou cateterismo – como nesse caso)
- Após o cateterismo estar normal (“liso”), sem obstruções, voltamos ao primeiro exame (ítem 1) e dizemos
- O Teste ergométrico que dizia ser positivo, na verdade á um FALSO POSITIVO
É como se o primeiro teste ergométrico tivesse nos contato uma mentira e que na verdade, não há obstruções nas coronárias.
Dizer que um teste ergométrico é falso-positivo é um termo ligeiramente incorreto, é transmite uma visão pejorativa/depreciativa do teste ergométrico, o que não é verdade. Teste de esteira e cateterismo são exames diferentes e trazem informações diferentes para seu médico.
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Teste ergométrico falso-positivo (como direi abaixo) informa que NÃO HÁ obstruções coronarianas macroscópicas/visíveis a olho nu. Entretanto, isquemia é um termo celular/microscópico (e nunca poderia ser visto no cateterismo).
Teste ergométrico falso-positivo é perigoso?
Teste ergométrico falso-positivo NÃO É perigoso, pois ele, na verdade, não é digno de confiança! Deve-se, então, confiar em outros exames adicionais, como a cintilografia ou o cateterismo cardíaco.
Teste ergométrico falso-positivo pode ocorrer novamente?
Sim, um Teste ergométrico falso-positivo pode ocorrer novamente! Na verdade, quando o médico nota que o teste ergométrico está sempre dizendo que o paciente tem isquemia e seu médico já tem a prova maior de que as coronárias estão normais, esse teste quase sempre será positivo (mas continuará mentindo) e sendo falso-positivo.
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Teste ergométrico falso-positivo é ausência de isquemia?
Não, não é ausência de isquemia. Mas é ausência de obstruções coronarianas macroscópicas, visíveis a olho nu e passíveis de tratamento cirúrgico.
Precisamos entender melhor, pois a resposta verdadeira é: teste ergométrico falso-positivo pode indicar algumas situações diversas:
- O médico usou um critério de isquemia incorreto: O laudo do teste ergométrico não seguiu aos padrões de isquemia indicados pelas diretrizes ou foi interpretado com um maior rigor (aumentando o número de pacientes falsamente isquêmicos.
- O médico interpretou corretamente, o teste realmente demonstra isquemia, mas o cateterismo não mostra obstruções NAS GRANDES ARTÉRIAS. Aqui, vale uma questão, o cateterismo NÃO MOSTRA obstruções nas pequenas artérias e esse pode ser o real motivo do teste dizer que há isquemia.
- Isquemia é um termo que indica uma alteração a nível celular/microscópica e o cateterismo não mostra nenhuma informação a nível celular/microscópica.
- Cateterismo cardíaco normal indica que as grandes coronárias (as principais) não tem obstruções passíveis de tratamento por cirurgia ou angioplastia.
- Cateterismo cardíaco normal NÃO INDICA e não fala nada ao nível de isquemia/celular (essa é uma função do eletrocardiograma (ou da cintilografia).
Alguma dúvida?
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Teste Ergométrico Falso-Positivo
Ocorrências de resultados falso-positivos em testes ergométricos podem levantar preocupações e dúvidas. Abaixo, algumas perguntas frequentes sobre esse tema:
O que é um teste ergométrico falso-positivo?
Um teste ergométrico falso-positivo ocorre quando o resultado do exame sugere a presença de anormalidades cardíacas, como isquemia, quando na realidade o coração está saudável. Isso pode ocorrer por diferentes motivos, incluindo variações na interpretação dos resultados ou condições que mimetizam os padrões de alteração observados no teste.
Quais são as possíveis causas de um teste ergométrico falso-positivo?
Várias condições podem levar a resultados falso-positivos em testes ergométricos. Isso inclui fatores como elevação da frequência cardíaca devido ao estresse ou ansiedade durante o teste, presença de alterações não relacionadas à isquemia, como distúrbios do ritmo cardíaco, ou mesmo artefatos técnicos durante o exame.
Um teste ergométrico falso-positivo é motivo de preocupação?
Embora um resultado falso-positivo possa ser preocupante inicialmente, é importante entender que nem sempre indica a presença de uma doença cardíaca. No entanto, é crucial discutir os resultados com um médico especializado, que poderá avaliar o histórico clínico completo do paciente, realizar exames adicionais, se necessário, e fornecer orientações adequadas.
O que devo fazer se receber um resultado falso-positivo em um teste ergométrico?
Se você receber um resultado falso-positivo em um teste ergométrico, é fundamental agendar uma consulta de acompanhamento com um cardiologista. Durante essa consulta, seu médico poderá revisar os resultados do teste, discutir seu histórico médico e realizar avaliações adicionais, se necessário, para determinar a causa dos resultados e recomendar o plano de tratamento mais apropriado, se aplicável.
Fontes (em inglês): MayoClinic, Cleveland Clinic, Heart.Org, NIH, Sociedade Brasileira de Cardiologia.
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(3) O Dr. Leonardo Alves é Médico Cardiologista em Teófilo Otoni (CRM.MG: 33.669) e atende na Clínica Cardiovasc – Agende aqui!
Tenho HAS desde nova e diabética ( resistência à insulina). Fiz uma cintilografia devido a infradesnivelamento st no teste ergométrico. No resultado da cintilografia não deu sinais de isquemia mas no teste ergométrico novamente apareceu o infradesnivelamento em DII, DIII, aVF (-0,37), V3-V6, MC5 (-0,32). Não senti nada além de exaustão… Mas sem dor. A cintilografia realmente exclui qualquer problema de isquemia ou outro, mesmo com esta alteração no Ecg? Fiquei sem tomar ablok plus por 3 dias para realizar o exame e estava tendo palpitação o tempo todo. Isto pode ser por conta da dependência da medicação? Obrigada.
OLá, Cris.
Fiz um artigo com sua dúvida.
Abraços
Muito bom Muito bem…obrigado
Muito bem Muito bom obrigado
Olá. No caso de Cintilografia normal associada a Infradesnivelamento ST no teste ergométrico, deve ser tratada com medicamentos? Isso pode ser revertido?